sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Seremos realmente livres?

Há alguns meses atrás escrevi aqui que a condição básica para se alcançar a felicidade é a liberdade.
Quando o fiz não me referia à liberdade politica , mas antes aquela liberdade que só se alcança quando nos libertamos da raiva , do desespero , do ciúme , da inveja de de todas as outras emoções negativas que poluem o nosso espírito.
A melhor forma de aferirmos até que ponto somos livres é a de perguntar-mos a nós próprios se conseguimos escolher qual a reacção que vamos a ter quando temos uma emoção ou sentimento negativo.
Somos capazes de controlar a nossa mente para percebermos a origem dessas emoções e sentimentos para depois os diluirmos sem deixar que nos afectem por muito tempo , ou , pelo contrário , não temos capacidade para tal e deixamo-nos levar logo pela enxurrada descontrolada dessas emoções e sentimentos??
Tentem ver a vossa mente como um campo vários tipos de sementes: de raiva, ciúme, consciência, amor, etc.
Quais delas é que escolhem regar?
Eu regaria a consciência plena em primeiro lugar, até mesmo antes do amor , senão eu não estarei consciente do amor.
E quando olho para o campo da minha mente sou capaz de reconhecer sementes da raiva , do medo ,mas recuso-me a criar condições que irão alimentá-las e fazê-las crescer.
E vocês , até que ponto são livres de escolher que sementes é que vão regar?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O segredo de uma Vida plena

O segredo de uma Vida plena??
Bem eu diria que é colocar o amor, a vontade, o arrojo, a determinação em tudo o que se faz e vive a cada instante.
É a capacidade de reconhecer antecipadamente que o momento , que o instante que se está a viver será o melhor da nossa Vida antes do instante seguinte.
É não ficar a olhar o passado com a nostalgia de quem perde, mas olhar o futuro com a coragem sempre renovada de quem vive com paixão, com amor e com energia cada segundo da sua Vida.
É não deixar a Vida presa ao que se perde, porque sempre se perde, mas ter vontade de continuar na certeza de que viver é isso mesmo.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A subtil eloquência do silêncio

Ontem no FB "assisti" a uma curiosa troca de opiniões sobre um post que dizia apenas :"Nada dizer".
A esse propósito houve alguém que escreveu sucessivamente que "o silêncio é a ausência , a falta de ideias , a morte , o vazio , a falta de comprometimento , a covardia."
Mas eu pergunto , numa era em que tanto se investe em comunicação , porque é que há cada vez mais solidão , cada vez menos comunhão?
As pessoas esquecem-se que não podemos pensar , falar ou percepcionar sem o vazio , sem o silêncio , sem o espaço.
O que é que há entre os pensamentos? O vazio.
O que é que há entre as palavras? O silêncio.
O que é que há entre os corpos? O espaço
Mss as pessoas gostam de se atafulhar de pensamentos , de palavras , de coisas e experiências , tudo disfarçado de "cultura" , de "rótulos" e de "muletas" , vivendo na ânsia desmedida de comunicar tudo isso , e tudo para se tornarem visiveis , para se sentirem "alguém".
Nessa ânsia de comunicar as pessoas esquecem o seu intimo , verdadeiro , luminoso e silencioso.
E esquecem-se do seu verdadeiro ser interior porque esse é anónimo e ser anónimo é para muita gente sinónimo de doença social , de exclusão , de solidão.
E é para não cairem no anonimato do tal e qual são , no anonimato do Despertar , em Deus como dizem os teístas , que as pessoas falam com aversão do silêncio.
Abençoada seja a pacificação da proliferação das palavras...

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Viver a esperança no aqui e no agora

A civilização ocidental dá muita importância ao sentimento de esperança , o que acaba por sacrificar o momento presente.
A esperança é uma expectativa , é para o futuro.
Contudo ter esperança só por si não basta para nos ajudar a descobrir a alegria, a paz e a luz no momento presente.
Viver demasiado agarrado à esperança pode ser um obstáculo à descoberta da paz interior se tal nos impedir de canalizar energias positivas para o momento presente. Quando para além de termos esperança canalizarmos energia para uma consciencialização do que está a acontecer agora podemos descobrir dentro de nós e neste exacto momento , a alegria e a paz.

sábado, 24 de setembro de 2011

A compaixão é mais dificil de aprender do que a anatomia

Todos somos dotados da nossa própria plenitude.
O problema é que na sociedade moderna ocidental as pessoas aprendem a identificar a sua plenitude com a satisfação do seu ego , e por consequência confundem plenitude com o enriquecimento material , com o sentir orgulho pelos seus feitos,ou em serem o centro das atenções , mesmo que o sejam da forma negativa.
Este ideal de plenitude deformado pelo peso do ego afasta paulatinamente as pessoas do que verdadeiramente são, aniquila a compaixão e vai afastando as pessoas da felicidade, gerando a sua própria infelicidade e a dos outros.
As pessoas não percebem que só a empatia pelo próximo é que pode libertar o espírito aprisionado pelo ego, transformamdo-o num espírito leve, livre e iluminado.
Não tenho dúvidas que a compaixão é o caminho para plenitude e iluminação do ser, mas também sei que é um grande desafio que se coloca a cada um de nós.
É que a compaixão é mais difícil de aprender do que a anatomia.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O vivenciar interior dos sentidos

Só podemos verdadeiramente sentir a experiência de estar vivos quando permitimos e conseguimos que as nossas experiências de Vida no plano puramente físico tenham ressonância no interior do nosso ser e da nossa realidade mais íntima.
Só quando mantemos o canal de comunicação entre o sensorial e o espiritual limpo e desobstruido é que podemos sentir o enlevo de estar vivos.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Objectivos sim...mas com calma...

É verdade que na via Zen se cultiva o relaxamento e a serenidade da mente.
Mas isso não quer dizer que se viva sem objectivos.
A diferença é que a via Zen insita-nos a não ficarmos presos à perspectiva e à expectativa dos resultados , a evitar ficarmos tensos por causa dos objectivos.
No Zen cultiva-se o ser diligente e relaxado ao mesmo tempo , a focar na tarefa e não no resultado , pois quando a mente fica tensa e ansiosa por causa da expectativa de um resultado, tudo fica mais dificil de realizar e toda e qualquer pequena dificuldade contribui para nos desanimar , angustiar e deprimir.
Conseguir manter o equilíbrio entre os objectivos e um estado mental de serenidade e lucidez é um passo decisivo para melhor alcançarmos aquilo a que nos propusemos nos mais variados sectores da nossa Vida.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Escolha a sua próxima peça de dominó agora, e derrube-a.

A Vida é como uma sequência de peças de dominó que se vão derrubando umas às outras.
A primeira peça derruba a segunda que por sua vez derruba a terceira , etc, etc...até aparecerem os resultados na nossa Vida.
Todas as pequenas decisões que tomamos na Vida são como a primeira peça do dominó que vai derrubar a segunda e por aí em diante.
As decisões geram um encadeamento de factos com força imparavel deste o primeiro momento em que as tomamos.
Basta escolher uma peça de dominó, uma decisão por dia e as estatísticas começam a trabalhar para nós.
Não podemos decidir como vamos morrer, mas podemos decidir o começo.
E o começo, não importa que idade temos, é hoje, agora... nos próximos 30 segundos. Escolha a sua próxima peça de dominó agora, e derrube-a.

domingo, 18 de setembro de 2011

Imaginem a liberdade de viver sem medos

As pessoas fazem suas escolhas baseadas no que lhes é exterior.
Mas a felicidade está dentro de nós.
Quando eliminamos todos os medos, inclusive o medo da morte, sentimo-nos mais próximos da verdadeira felicidade.
Vocês já imaginaram o que é não sentir medo nesta Vida.
Simplesmente não ter medo. Já imaginaram?
Para não termos medo temos de acabar com todas as ilusões que a mente cria.
Temos de encarar a vida simplesmente como ela é,sem julgamentos.
Meditem, vão fundo, mais fundo ainda...

sábado, 17 de setembro de 2011

Não lutem contra as névoas mentais

Neste final de Verão os dias têm amanhecido com alguma névoa.
Também na Vida existem momentos de névoa criada pela nossa mente que , de um momento para o outro , não nos deixa ver um palmo à frente do nariz.
Sejam momentos de aflição ou angústia , de raiva , a verdade é que são esses os momentos de névoa mental que muitas vezes nos levam ao desperdicio de energia vital.
Imaginem a figura triste que fariam se de repente começassem a dar socos e pontapés no nevoeiro para o dissipar...
O melhor que podemos fazer é pensar que também a névoa mental acaba por se dissipar.
Afinal tudo no Universo é impermanente.
Aquela aflição que de repente se instalou no nosso peito vai dissipar-se com a mesma certeza de que o amanhã virá.
Respirem e esperem , pois essas névoas da mente acabam por desaparecer por si próprias e de um momento para o outro , sem esforço ou lutas interiores , voltamos a poder ver com clareza o caminho à nossa frente.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Façam prevalecer a Vossa verdadeira natureza

Há pessoas que facilmente se comportam de forma impulsiva, e que acabam muitas vezes por magoar os outros e por consequência por se magoarem a si próprios.
Essas pessoas têm tendência para se auto censurarem pela sua incapacidade de controlar esses impulsos , e é com alguma ansiedade que buscam uma "cura" para essa falta de auto controle.
Faço uma sugestão a essas pessoas:
Imaginem que de repente alguém vos pedia para vocês mostrarem como é esse comportamento impulsivo.
Seriam capazes , sem que um factor exterior a vocês o provocasse , de exibir um comportamento impulsivo , agressivo e agitado????
Claro que não o poderiam demonstrar sempre que quisessem ou alguém vos pedisse para o fazerem.
Esses impulsos surgem sempre de forma inesperada e fruto de algo exterior a vocês que o desencadeia.
Perante esta evidência devem retirar uma conclusão:
Esses impulsos não fazem parte vossa verdadeira natureza.
Se assim fosse, vocês poderiam mostra-la sempre que o desejassem.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Afinal o oco era eu

Antigamente incomodavam-me as conversas ocas dos outros.
Eram como um vácuo que sugava o meu espaço mental.
Hoje já não.
Quando descobri o meu verdadeiro espaço interior , o vácuo provocado por essas conversas ocas deixou de me prejudicar a concentração.
Hoje até consigo apreciar essas conversas.
São como o som de um ribeiro que corre lá para o cantinho da minha alma.
O erro é atribuir demasiada importância às palavras que são ditas nessas conversas.
Afinal o oco era eu, em quem entrava tudo.

domingo, 11 de setembro de 2011

Fazer do momento presente um aliado

O momento presente é por vezes inaceitável, desagradável ou terrível.
É a mente que rotula esse momento como inaceitável num permanente ditar de sentenças que cria dor e infelicidade.
Devemos permitir que o momento presente seja.
Ao fazê-lo conseguimos ter uma percepção do que é ter um estado interior livre de condições exteriores,um estado de maior lucidez e paz interior.
Seja o que for que o que esteja a acontecer na vossa vida, aceitem como se fosse uma escolha Vossa e só depois ,em lucidez e serenidade,actuem se for necessário e possivel.

sábado, 10 de setembro de 2011

Hoje é o dia certo para viver

Já repararam que há dois dias do ano em que não podemos fazer nada de nada...
Um é o dia de ontem , o outro o dia de amanhã.
Sendo assim , o dia de hoje é o dia certo para amar , para acreditar , fazer e sobretudo para viver.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Que tipo de coração querem ter?

Há corações, mais divinos que humanos, que possuem um espectro de cores tão rico e variado que lhes dá a possibilidade de escolher e possuem a sabedoria eterna para misturar todas as cores nos mais belos reflexos do amor.
Há corações, mais humanos que divinos, que se limitam a tons de cinza escurecida pela névoa do olhar que nunca experimentou a sabedoria do amor e apenas conseguem traços grossos e descoordenados de um infantil preenchimento, sempre desajeitado e desinteressante.
Que tipo de coração querem ter?

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Rendição

Aumentar o silêncio entre pensamentos, sentir o silêncio... a paz. Momentos de paz ao meditar. Paz que fica... como uma suave melodia de fundo.
No contacto com as pessoas não reagir... ser, estar presente... rendido ao presente... o apoio e a oposição geram conflitos... Não dualidade... aceitação... rendição.
Tomar a rendição como ponto de partida de qualquer acção... e qualquer acção é uma acção positiva... aceitar e depois agir, naturalmente... em paz... rendido ao presente...
No momento... o vazio... o infinito... a paz... o amor. A rendição ao agora é não oferecer resistência à vida e sentir assim a alegria que está para além da felicidade e da tristeza. É a única forma de estar realmente vivo.

Rendo-me! :-)

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Céu ou inferno: A escolha e nossa

E a forma como recebemos as nossas tristezas,como compreendemos o que se esta a passar e reagimos a isso que determina a diferença entre o céu e o inferno. Aquilo que se podia transformar num momento longo de angustia e depressão também pode ser vivido de outra forma. Pode ser vivido comp uma simples tempestade que esta a atravessar o nosso caminho. Ora uma tempestade não e o reflexo pessoal de quem somos. Forma-se e parte,dando lugar ao Sol.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Somos nós que criamos as ondas na nossa mente

Ao contrário do que podemos percepcionar nada , mas mesmo nada vem do exterior da mente.
Habitualmente pensamos que a nossa mente recebe impressões e experiências do exterior mas essa não é a verdadeira compreensão da nossa mente.
A verdadeira compreensão é que a mente inclui tudo.
Quando pensamos que alguma coisa vem do exterior significa apenas que algo surge na nossa mente.
Nada vindo de fora de nós próprios nos pode perturbar.
Nós próprios é que criamos as ondas na nossa mente.
Se deixarmos a nossa mente tal como é, ela tornar-se-á calma e serena.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sejamos um rio e não um charco

Podemos ter na Vida tudo quanto desejamos mas não passarmos de um charco, ainda que de grandes dimensões, no meio de um percurso nunca terminado.
Ao invés , podemos ser como um rio, que devagar, com paciência e sabedoria vai contornando os pequenos e grandes obstáculos até chegar ao mar.

domingo, 4 de setembro de 2011

Procuremos o triunfo interior

O querermos ser importantes e admirados leva-nos a muitos enganos.
Trocamos até o que temos de mais valioso por um olhar, um sorriso e um aplauso ou um elogio.
Não seria melhor procurar outro triunfo? O triunfo interior.
Não seria melhor aprender a conhecer-me cada dia melhor, a alargar a alma até ao infinito, descobrir novos continentes humanos no coração, no meu e nos outros, num esforço permanente por "ser" mais?

sábado, 3 de setembro de 2011

Abraçar o "Sim" nas nossas Vidas

Muitas pessoas vivem sob a permissa tirana do "não" nas suas Vidas.
O "não" enquista-se de tal forma na sua existência que se apega como uma lapa a todos os poros da inteligência e do coração.
Quando isso acontece apaga-se a alegria, o amor, a Vida.
Fica a amarguez de ter vontade de fazer qualquer coisa muito apetecida mas nunca realizada.
Quanta Vida, quanta alegria,quantos sentimentos,quanta verdade fica por viver na obscuridade dos "nãos" que se vão prolongando pela Vida como uma condenação eterna.
Deixem para trás a teimosia do "não" a abraçem a coragem urgente e positiva do "sim".

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Não adianta fugir de nós próprios

Não há para onde fugir quando o que nos persegue somos nós próprios.
Precisamos de aprender a aceitar-nos, e temos de perceber que somos o controlador e o controlado, o céptico e o crente, a criança frágil e o adulto forte.